
Em 2015 partimos na nossa primeira viagem de bicicleta (juntos) de Praga a Budapeste, durante as férias de Verão.
Bicicletas, ciclistas e alforges a bordo do antigo comboio City Night line que nos levou de Basileia até Praga, o nosso ponto de partida da Rota n° 7 do Eurovelo. Depois de uma noite mal dormida onde contámos cada estação e apeadeiro, chegámos a Praga a horas de tomar o pequeno almoço.
Depressa nos apercebemos que esta cidade, por mais encantadora que possa ser para o comum do turista, não é das mais cyclefriendly, sobretudo se o teu veículo é uma bicicleta de estrada com pneus slick. Digamos que não estávamos à espera de encontrar um terreno digno do Paris-Roubaix por estes lados, e acrescento, rampas não existiam, pois não passavam de degraus disfarçados. Fizemo-nos à estrada o mais rápido que pudemos!
Rumo a Sul, pela margem do Vltava, que nos levaria até à fronteira com a Áustria (Český Krumlov), passando a caminho pela terra da Budweiser (České Budějovice) e outros lugares impronunciáveis. O bulício da cidade depressa começou a dar lugar à tranquilidade da periferia, por caminhos secundários e paisagens bucólicas que nos puseram a respirar de plenos pulmões.



Aqueles que amam viajar (de bicicleta) sabem que é uma actividade recheada de imprevistos, pois estamos entregues ao ritmo dos dias, das estações, da Natureza, que nem sempre respeitam calendários. Pois o que são calendários senão uma invenção do Homem? Cada partida traz-nos de volta à espontaneidade, faz nos sentir vivos e alerta, enquanto cada chegada faz-nos reavaliar as nossas prioridades, como forma de voltar ao essencial, pois a própria vida é uma viagem, uma procura constante do bem estar.
Cada partida traz-nos de volta à espontaneidade, faz nos sentir vivos e alerta, enquanto cada chegada faz-nos reavaliar as nossas prioridades, como forma de voltar ao essencial, pois a própria vida é uma viagem, uma procura constante do bem estar.
Destes imprevistos nascem histórias tão caricatas quanto inesquecíveis. Como uma noite passada numa associação recreativa checa, com vista para uma central nuclear, na companhia de uma dezena de adeptos ávidos de hockey no gelo (em tempos de campeonato do Mundo), que, sem falar inglês, nos conseguiram contar as histórias, entornadas, das suas vidas.



Chegados à Áustria, desta vez foi o Danúbio que nos levou nas suas margens, tudo é verde à sua volta mas é impossível de ignorar a sua importância enquanto rota comercial (e turística) entre a Europa central e de Leste. Navios de carga, cruzeiros, indústrias e portos de contentores são apenas algumas das coisas que nos fazem constantemente lembrar desta sua faceta de 2° maior rio da Europa.
E assim virámos para Leste, direcção Viena, Bratislava e para terminar, a bela Budapeste, depois da chuva!



